sábado, 19 de março de 2016

O deus DO PRÓPRIO UMBIGO

Temos vivido tempo difíceis para o verdadeiro Evangelho.

“Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” Filipenses  3.18-19

A religião vai bem, nossos templos, de modo geral, seguem cheios de pessoas e cada vez crescem mais o numero de religioso cristãos. Hoje, existe todo tipo de igreja: das pentecostais até as ortodoxas, das igrejas de homossexuais até as de surfistas. É cada vez mais comum alguém se classificar de cristão, gente famosa e comum, gente simples e abastada. Tem igreja para todos e publico para tudo. Creio que boa parte da população se considera cristã, ainda que não pise em uma igreja. É por isso que o mercado da fé no Brasil é cada vez mais “promissor”, no entanto, quero alertar que é exatamente aí que podem morar o que Paulo considerou os inimigos da cruz.


Enquanto a religião e seus produtos e artigos de fé vão bem, temos vivido tempo difíceis para o verdadeiro Evangelho. Se fizermos uma pesquisa rápida com algumas pessoas e perguntássemos se elas acreditam em Deus, a maioria vai dizer que sim. Se, realizar uma segunda pergunta questionando qual é o Deus que elas acreditam a maioria vai responder que é o Cristão. Nesse contexto, gostaria de investigar qual é a motivação para ser cristão?

Os inimigos da cruz são todas essas pessoas que fazem de si seus próprios deuses e Deus é um meio de poder para chegar a suas vontades. Invocam Deus apenas para que possam ter os seus desejos feitos. É como se Deus fosse apenas um meio para conseguir realizar as nossas vontades, e o relacionamento com Ele, só serve para conquistar o que quer. É desse modo que o mercado da fé funciona.

Se então, eu quero casar, eu vou numa igreja que me prometa um marido/esposa. Se meu sonho é ter dinheiro, eu vou numa igreja que me promete prosperidade material. Se eu tenho uma doença grave, freqüento um lugar que me prometa um milagre de cura. Se para mim o mais importante é apenas não ir para o inferno, eu pago todo o preço necessário para “comprar” uma vaga no céu. O mercado da fé é cheio de prateleiras e a clientela não falta.

A maioria de nós sabe toda a cultura cristã. De tradição, alguns fazem escola bíblica ou catequese, se batizam ou eu fazem crismas, sabem o momento de ajoelhar, de rezar, de levantar a voz, de ficar quieto, e assim vamos aprendendo a se comportar no ambiente religioso. A coreografia da religião é fácil de ser aprendida, só basta um pouco de ensaio. O sotaque religioso se pega com a maior naturalidade, é só andar um período com crentes. Com isso, corremos o risco de nos tornar apenas 

um cristão nominal.


A religião vai bem, nossos templos, de modo geral, seguem cheios de pessoas e cada vez crescem 

mais o numero de religioso cristãos.

Os profetas do mercado da fé, muitas vezes, não são os caras de pau conhecidos que escancaram suas intenções mercadológicas, mas pode ser alguém que admiramos e seguimos. Muitos deles, aparentam ser bons pastores, bons pais, bons amigos, mas no fundo são apenas aproveitadores da fé alheia. Usam a fé das ovelhas para gerenciar sua igrejas, para levantar recursos, para criar uma fidelidade na serventia.

Paulo aponta para isso denunciando: “Porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração de pessoas simples.” Romanos 16.18

O principal a saber para não ser enganado é investigar sua própria intenção e sondar o seu próprio coração. Porque ainda vamos a igreja? Será que queremos apenas que nosso sonhos sejam realizados? Porque continuamos seguindo a Cristo, mas o negando na dificuldade? O que nos leva a Ele? Porque cremos que nossos esforços levam até ele se ele já mora em nós? O que Deus representa para você?

Que o Espírito Santo ministre em cada um a resposta durante esses dias e que possamos aprender que a fé cristã não é apenas uma filosofia de vida, nem um meio de estar satisfeito, mas que seja a nossa resposta para os momentos difíceis e conturbados, bem como os momentos felizes e de alegria plena. Que aprendamos a nos relacionar com ele pelo que ele é e não pelo que ele faz. Amém.

Murillo Leal é jornalista e autor do Blog- Casal Blog
Contato: mumaleal@gmail.com

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